SONETO A UM PAI ADMIRÁVEL
Um guia, um amigo e companheiro, tu foste nesta vida sempre atento, disposto e dedicado por inteiro na casa que abrigou todo sustento. A voz de teu conselho tão certeiro na mansidão de certo pensamento, que fez traçar cuidadoso roteiro no gesto nobre do teu sentimento. Nas lides notariais sempre presente, lição de honestidade foi constante e o teu exemplo de pai cativante. Agora esta saudade que pressente angústia do vazio preenchida com boas lembranças de tua simples vida. Do Tabelião Rogério Marques Sequeira Costa Memórias de seu pai, Tabelião e Registrador, Dalísio de Sequeira Costa
CRÔNICA – COISAS DE PONTUAÇÃO: – O TRAVESSÃO E A VÍRGULA
Com início no diálogo, bota-se um tal de travessão, que vem antecipado por dois pontos. Segue-se o discurso na direta das falas. Parece tal charmoso, coisa e tal. Contudo, na sua humilde participação, sinaliza todas as pausas necessárias do diálogo. Muitos não a percebem sua importância, quiçá por desconhecimento de suas variadas regras. Mas ela está lá, e, não está travestida de vaidade. Dona Virgulina, como denominara um poeta, é a essência da comunicação, principiando as pausas, quando se pode encher e aliviar os pulmões no salutar gesto de respirar. A vírgula também não tem a soberba de encerrar o discurso, apenas ela intercede na textura a ponto de dar-lhe um estilo agradável, respeitando a norma oculta da gramática da língua portuguesa. Rogério Marques Sequeira Costa
SER SOLITÁRIO
Chamaram-me de ermitão por viver na solidão, mas nada disso me importa, no coração não comporta o desdém que traz luxúria de causar tanta injúria. Viver só, fazer o bem, maldade nunca a ninguém. Sou ríspido, porém humano. Cinismo nem por engano. Ser direto, ser sensato, com certeza, mais exato. Viver sozinho, bom grado, do que mal acompanhado. Vou à busca do cajado, seguir destino armado. (*) Uma dose de poesia para expressar o sentimento e a fragilidade humana neste mundo tão tecnologicamente apressado. R. Bueno